O que é conflito para você? Luta, batalha, embate
ou tem outro nome? Acho que no geral sempre traz a minha mente algo violento e
talvez alguma coisa, um tanto quanto, até perturbadora.
E quando esse conflito é invisível? Quando ele
acontece dentro de você? Ele não é sentido? Penso que conflitos internos são
necessários para nos tornamos seres maiores e, definitivamente, melhores. Fazem
a gente chegar ao ápice de certa plenitude, mas que fique claro que é uma plenitude
momentânea, porque no próximo instante ela já pode ser outra ou estar em outro
lugar levando em conta o quanto mudamos constantemente. Porém, até alcançarmos
esse ápice é doloroso, sofrido, faz o estômago embrulhar e os dentes trincarem
de ansiedade. Mas, e quando esses conflitos internos são mais fortes do que a
gente? Maiores do que eu ou do que você, podendo-se dizer até que tomam conta
do nosso âmago. Lutar “contra si mesmo” todos os dias é cansativo, causando exaustão
física, mental, espiritual e psicológica.
E a pergunta que sussurra no pé do ouvido a todo instante
tornando esse conflito mais perverso do que já é: até quando? Até quando
agüentar acontecimentos em um emprego que você não gosta e não te faz feliz? Até
quando ter a obrigação de conviver com pessoas que te incomodam? Estar em um
lugar que não te satisfaz ou com pessoas que você não quer estar junto pode ser
comparado com uma agressão a si próprio. Até quando sofrer por antecipação por
coisas que não aconteceram ainda e sem ter a certeza se realmente irão
acontecer? Essa auto tortura é desnecessária porque não muda a situação, mas é
impossível de ser controlada por quem sente.
Dizem que um dos piores tipos de doença ou problema é aquele que está
ligado ao psicológico da pessoa porque para ser tratado vai ser necessário mais
do que um simples medicamento. Vai precisar de força de vontade e ninguém pode
dar isso a ninguém, é algo totalmente intrínseco. E para isso acontecer,
acredito que temos que querer. Mais do que isso, temos que fazer e ser a
mudança mesmo tendo plena consciência de que não é fácil. É um processo gradual
e dolorido, dia após dia, um passo de cada vez e sem nenhum tipo de garantia. Aí
você me pergunta: eu não tenho vontade nem de fazer minhas tarefas diárias,
todo dia me pergunto até quando, como terei forças e ânimo para tal mudança? E
eu te respondo com outra pergunta: Vamos juntos?
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